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Quando a dor deixa de ser um sintoma associado a uma patologia e passa, ela própria, a ser uma doença, então há que tratá-la de forma a aliviar o sofrimento dos doentes.
A dor crónica é muitas vezes causa de incapacidade, afectando toda a vida profissional, social e familiar de quem vive com ela. O recurso a técnicas alternativas para a abordagem terapêutica da dor pode trazer de volta a qualidade de vida perdida.
«Tratar a dor crónica passa, antes de mais, pela identificação das causas que a provocam. Compreender as causas e os mecanismos da dor e tratá-la de forma apropriada são os objectivos das terapias modernas», afirma o Dr. Armando Barbosa, director clínico da Paincare, Clínicas de tratamento da dor em Lisboa e Caldas da Rainha.
Doença oncológica, dores da coluna vertebral e patologia musculo-articular são as principais causas de dor crónica. «Actualmente sabe-se que muitas vezes os mecanismos e causas da dor não são facilmente perceptíveis», continua o especialista.
Para identificar a causa sobre a dor são necessários exames complementares de diagnóstico como o Raio X, o TAC, ressonância magnética nuclear, electromiografia etc.
Segundo o anestesiologista, «após o diagnóstico temos várias possibilidades terapêuticas como a radiofrequência, ozonoterapia, nucleoplastia ,vertebroplastia, bloqueios de nervo periférico, epidurais ou a neurostimulação».
Estas técnicas são efectuadas em regime ambulatório e evitam, muitas vezes, o recurso a cirurgias mais complicadas, com um período de recuperação mais arrastado. São realizadas sob efeito de anestesia local, em que o doente permanece acordado e consciente e, passadas cerca de duas horas, está apto a sair por seu próprio pé e retomar a sua vida normal.
«São técnicas percutâneas muito eficazes, que permitem que o doente mantenha a sua actividade profissional, geralmente, com acompanhamento multidisciplinar em que podem participar especialistas de várias áreas médicas como a neurologia, ortopedia, psiquiatria» continua Armando Barbosa.
O especialista adianta ainda que «podemos dizer que a farmacoterapia evoluiu muito com o interesse dos laboratórios no desenvolvimento de novas moléculas e novas formas de administração».
Hérnias discais, artroses, síndrome do túnel cárpico e dores ligamentares e articulares são patologias conhecidas por provocar dor crónica e afectarem significativamente a qualidade de vida dos doentes.
Actualmente e desde que haja uma indicação correcta é possível tratar este tipo de patologia com procedimentos que permitem uma alta após 1 hora e que duram cerca de 30 a 60 minutos.
A Ozonoterapia é uma técnica percutânea, em que «o gás ozono é injectado, através de uma agulha de pequeno calibre, infiltrando-se tanto a nível do núcleo do disco como a nível dos músculos paravertebrais o favorece a sua rehidratação e a redução do conflito disco-radicular, eliminando a sensação de dor», esclarece Armando Barbosa.
O ozono é um gás seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança, favorecendo o tratamento da dor e a diminuição da inflamação.
A nucleoplastia é também uma técnica minimamente invasiva, percutânea, utilizada em hérnias discais contidas, cervicais ou lombares.
«É um procedimento que consiste em descomprimir o disco herniado mediante a inserção de uma agulha cuja ponta, ao libertar temperatura entre 40º – 70º provoca diminuição do núcleo do disco, reduzindo a compressão», continua o anestesiologista. «Esta técnica evita entre 30 a 40% das cirurgias», acrescenta.
Outra técnica também aplicada no tratamento da dor crónica é a Radiofrequência. Recomendada para artroses da coluna vertebral, síndrome golpe do coelho (quando as pessoas sofrem um acidente de automóvel ou outro que origina dores a nível do pescoço e membros superiores), instabilidade da coluna vertebral, dores pós cirúrgica da coluna ou hérnias discais.
«Após anestesia local o médico insere uma agulha com uma ponta especial que emite radiofrequência e faz com que os nervos deixem de enviar estímulos dolorosos para o cérebro», diz o especialista.
A Vertebroplastia está indicada para situações de colapso provocado por osteoporose, metástase óssea ou trauma.
Segundo Armando Barbosa, esta técnica «consiste na reconstrução de vértebras fracturadas na sequência de osteoporose, metástases de tumores noutras áreas do corpo ou traumatismos. Esta técnica, também percutânea permite estabilizar e fortalecer as vértebras lombares e torácicas».
A entrada da agulha é feita através da pele até penetrar na vértebra para fazer o preenchimento com um cimento especial para a fortalecer.
«A dor crónica é ainda uma entidade desconhecida, tanto por doentes, como pelos próprios médicos. Embora seja encarada pelos doentes como um mal necessário ou uma inevitabilidade da doença associada ao envelhecimento, a dor impede os doentes de trabalhar e de se relacionarem com os outros. Causa também de isolamento social, exige, muitas vezes o acompanhamento psicológico», adianta Armando Barbosa.
Artigo retirado de uma entrevista com o Dr. Armando Barbosa das Clínicas Paincare.